sábado, 20 de agosto de 2016
Espelho
Entro no banheiro e diante do espelho reconheço um sorriso cínico no rosto; esboçando uma felicidade de menino malino que aprontou. Lavo o rosto e olho novamente, contudo o sorriso persiste; esfrego vigorosamente, num desespero para retirar aquele vestígio de pulsar de vida, afinal como irei encarar o mundo que tento abstrair com meus atos. Elevo meus olhos lentamente e constato que nada vai impedir daquele sorriso ficar estampado, mais parecendo uma cicatriz das loucuras acumuladas. Saio e ninguém comenta nada, estão preocupados demais com suas vidas.
sexta-feira, 28 de março de 2008
Bruxa
Talvez seja realmente uma bruxa aquela cujo olhar me atormenta desde o primeiro encontro, pois extrai de mim sentimentos que minhas palavras não podem expressar, cujos lábios detêm sobre mim uma atração quase que incontrolável de beijá-los . Loucura como a presença de uma pessoa, até então desconhecida, me causa a sensação de cumplicidade e intimidade. Não sei se toda bruxa tem consciência de seu poder, mas confesso-me entregue a esse feitiço. Durante muito tempo questionei-me sobre esse viceral momento da minha vida, contudo, parei de dar sentido ao que nem eu mesmo entendia, agora só preciso responder se quero partir.
Espanto
Nada de amor
Há momentos em que necessitamos
de demônios, não de anjos.
Faz-se urgente o fogo dos ânimos,
não o gelo dos sonhos,
onde a ação é atropelada
pelo pânico da embriaguez da novela.
Quero as sobras das virtudes,
o amargo das vaidades,
não merecer perdão, nem chorar.
Quero o fim do "se" de todas as frases,
a abolição do deixar para amahã,
quero remorder a maçã.
Pecar, pecar, pecar...
de demônios, não de anjos.
Faz-se urgente o fogo dos ânimos,
não o gelo dos sonhos,
onde a ação é atropelada
pelo pânico da embriaguez da novela.
Quero as sobras das virtudes,
o amargo das vaidades,
não merecer perdão, nem chorar.
Quero o fim do "se" de todas as frases,
a abolição do deixar para amahã,
quero remorder a maçã.
Pecar, pecar, pecar...
quarta-feira, 26 de março de 2008
semespaços
terça-feira, 25 de março de 2008
Relógio
Já deveria estar acostumado com o tempo,
afinal desde que nasci ele me acompanha,
às vezes em passos lentos, como nas férias de junho,
quando jogar bola, correr
e chegar sujo de felicidade em casa
cabiam nas longas vinte e quatro horas de cada dia.
Agora que não sou mais menino
e aprendi a contar cada segundo, ele resolve voar.
Gostaria de excluir os relógios do meu mundo,
esses delatores do passar da vida.
Desejo a ignorância das crianças,
que contam os dias como quem brinca de pica-esconde.
[... noventa e nove... lá vou eu!!!!!!!!!!!!!!!!!!]
afinal desde que nasci ele me acompanha,
às vezes em passos lentos, como nas férias de junho,
quando jogar bola, correr
e chegar sujo de felicidade em casa
cabiam nas longas vinte e quatro horas de cada dia.
Agora que não sou mais menino
e aprendi a contar cada segundo, ele resolve voar.
Gostaria de excluir os relógios do meu mundo,
esses delatores do passar da vida.
Desejo a ignorância das crianças,
que contam os dias como quem brinca de pica-esconde.
[... noventa e nove... lá vou eu!!!!!!!!!!!!!!!!!!]
Esconderijo
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